Modelo de gestão para o Theatro Circo

Sabia que...

Ricardo Rio propôs a constituição de uma Fundação para a gestão do Teatro Circo de Braga em Julho de 2005? 

Ricardo Rio defendeu que o Teatro Circo de Braga, a mais nobre sala de espectáculos desta cidade e uma das mais imponentes no plano nacional, deveria ser gerido por uma Fundação criada para o efeito, assim beneficiando das vantagens legais, fiscais e operacionais deste modelo jurídico para sustentar um esquema de financiamento e um modelo de programação consentâneos com o potencial deste equipamento. A solução da CM de Braga foi outra e nestes anos, a sua gestão tem sido oscilante e nem sempre tem alcançado os objectivos que se pretendia para a cidade, com pouco envolvimento de privados que poderiam ser uma mais valia para o Theatro Circo. O tempo provou que Ricardo Rio tinha razão na altura. 

Para o líder da Coligação “PSD/PP/PPM” à Autarquia de Braga, impunha-se que o Teatro Circo fosse um espaço privilegiado do esforço de descentralização cultural do país, o que exigia a assunção de um compromisso financeiro plurianual entre a Câmara, o Ministério da Cultura e vários mecenas privados. 

O debate acerca da gestão do Teatro Circo surgiu quando o Presidente da autarquia anunciava a sua abertura do espaço, sem que estivesse consolidada qualquer ideia para os três pilares de actividade do Teatro Circo: o seu modelo de gestão, o esquema de financiamento e o modelo de programação a seguir. 

Para Ricardo Rio a Fundação era a forma jurídica proposta para a entidade gestora do Teatro Circo, considerando que a mesma permitia uma melhor convergência entre a prossecução do interesse público e a realização das expectativas dos vários públicos-alvo (nomeadamente, os agentes económicos e a sociedade civil que se pretendia envolver no projecto). 

Ao contrário do invocado pelo Partido Socialista de Braga, este modelo não consubstanciava uma alienação de património público, porquanto apenas seria necessária a transferência temporária do gozo deste centenário edifício – propriedade da Câmara Municipal de Braga desde 1987 – a favor da Fundação Teatro Circo, através da atribuição de um direito real (em abstracto, a propriedade, o direito de superfície ou o direito de usufruto). 

No que respeita à programação, Rio defendia a ideia de fazer do Teatro Circo um pólo aglutinador de todas as artes do espectáculo (teatro, música, cinema, dança, etc.) e um espaço de acolhimento para outro tipo de actividades, com uma programação intensa, diversificada e pautada por padrões de elevada qualidade e ecletismo. 

Neste contexto, Ricardo Rio mostrava-se ainda preocupado com formação de recursos humanos necessários para a produção dos espectáculos, pelo que sugeriu a aposta na criação de um Instituto de Apoio ao Desenvolvimento das Artes e das Indústrias Criativas, que pudesse assumir, no domínio da produção e logística, como suporte de uma “indústria local de cultura”. 

Neste contexto, face a objectivos tão abrangentes, a opção de entregar a gestão deste equipamento à CTB - Companhia de Teatro de Braga seria uma opção minimalista que poderia acarretar a não rentabilização adequada do espaço, como se tem vindo a confirmar. 

Ainda que, para Ricardo Rio, a CTB deveria ser a mais relevante entidade do renovado Teatro Circo, a esta deveriam juntar-se outros agrupamentos culturais do Concelho, que poderiam contribuir para a concretização das metas estratégicas atribuídas à Sala de Espectáculos. 

Finalmente, o Teatro Circo deveria posicionar-se como espaço privilegiado para a realização de iniciativas de formação cultural, quer com vista à criação e fidelização de novos públicos, quer como complemento à formação artística dos jovens Bracarenses. 

Só assim, defendeia Ricardo Rio, o Teatro Circo poderia assumir o seu papel na criação das bases para a realização do projecto Braga - Capital Europeia da Cultura 2012, em que esta Coligação se manifestava fortemente empenhada, o que acabou por não se concretizar. 

8 anos depois, estas questões levantadas por Ricardo Rio tiveram eco na realidade... Hoje olhamos para o Teatro Circo como um espaço não de todos, mas de alguns... 

Braga precisa de uma oferta eclética em termos culturais, Braga precisa de CULTURA, algo que este executivo sempre descurou nos últimos 37 anos... Braga precisa, assim, de um Teatro Circo de todos e para todos... 

This entry was posted on 1 de abril de 2013 and is filed under ,,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

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