Minho tem condições de exceção para a produção de kiwis de ótima qualidade
Inserido num ciclo de visitas a agentes que atuam no sector primário do tecido económico local, Ricardo Rio visitou uma exploração privada de Kiwis situada em São Pedro de Oliveira. O líder do “Juntos Por Braga” esteve acompanhado pelo Engenheiro Rui Rua, administrador da empresa Frutas Douro ao Minho, uma associação que abrange cerca de 81 produtores e que é responsável pela comercialização dos Kiwis produzidos na região do Minho, representando cerca de 30% de toda a produção nacional.
Conforme explicou Rui Rua, o local visitado é um exemplo da reconversão de uma exploração de primeira geração, que se está a modernizar, potenciando a qualidade do produto e a compatibilização com o ambiente, para que se consiga uma produção mais significativa atendendo às novas técnicas que estão a ser utilizadas. “O Kiwi é o exemplo de um fruto que se coaduna e compatibiliza muito bem com as características ambientais e edafoclimáticas da nossa zona, sendo que é um produto que se tem revelado extremamente rentável”, afirmou o administrador da Douro ao Minho.
Dadas essas características favoráveis da região, o Kiwi português é mesmo considerado um dos “melhores do mundo”. “Podemos afirmar que é um privilégio do Minho, em concreto, reunir condições especiais para a produção do kiwi, que pode e deve ser potenciado”, disse Ricardo Rio, salientando que se trata de um produto com um mercado nacional em expansão e bem posicionado no mercado internacional, onde está referenciado como um produto de “qualidade de excelência”.
Quanto à comercialização do kiwi, Rui Rua chamou a atenção para o facto do processo dever ser articulado com as associações organizadas para o efeito, permitindo essa solução a existência de condições de conservação, calibração e comercialização do fruto que dão garantias de retorno para os agricultores. “A fase de comercialização é sempre uma dificuldade com que este tipo de produto se confronta. Há exemplos de boas práticas no nosso sector em que os agricultores, participando em associações de produtores, têm direito não só a um acompanhamento técnico permanente para a sua produção, como também a um aconselhamento sobre como devem conseguir o escoamento da produção”, sublinhou Rua.
A concorrência das grandes superfícies comerciais, que têm ao seu dispor um sistema de grande distribuição e, consequentemente, preços mais reduzidos, colocam vários entraves aos proprietários das explorações. De forma a contornar esta situação, a grande aposta tem sido a vertente da exportação. “A nossa porta de saída passa por compatibilizar o mercado interno com o externo. Felizmente, o nosso kiwi tem mercado interno e também muita saída externa, devido à sua excelente qualidade. Temos sido abordados e até pressionados com bastante frequência pelos comerciantes espanhóis, que pretendem comercializar mais o nosso kiwi”, explicou Rua.
Autarquia deve divulgar informação técnica aos exploradores
Por seu turno, Ricardo Rio enfatizou que cabe à autarquia colaborar com as associações de produtores no sentido de adequar e divulgar a informação técnica sobre a produção de kiwi, através de sessões especializadas para o efeito. “É essencial que este tipo de explorações seja adequado aos terrenos que reúnam as condições para a produção do fruto. Só juntando os terrenos propícios ao acompanhamento técnico qualificado aos produtores será possível que se produzam kiwis de qualidade superior”, disse Rio, notando que essa é a melhor forma de continuar a garantir a fácil comercialização do produto e o retorno para os exploradores: “De outra forma, corremos o risco de estar a produzir kiwis de qualidade média ou baixa que não trarão o benefício financeiro que os produtores desejam”.
Segundo o candidato à Presidência da Câmara de Braga, a autarquia deve acompanhar a fileira do kiwi que é, “sem sobra de dúvida”, uma mais-valia para a região e que tem de se potencializar, acarinhar e apoiar. “Se feito de forma rigorosa, com a fundamental adequação dos terrenos à plantação dos kiwis e com o devido apoio técnico na montagem e ao longo da produção, este é um negócio que pode dar muito dinheiro a ganhar aos exploradores do Minho”, acredita.
Por fim, Rui Rua lembrou que, em termos de produção de Kiwi, esta região consegue já ter uma produção “extremamente interessante” e devidamente orientada e assistida. “Conseguimos produções com rentabilidades ótimas. Para isso, muito se deve a adoção por parte dos proprietários de todas as técnicas que lhes têm sido transmitidas”, disse, notando que, neste momento, é fundamental saber crescer com calma e ponderação. “Não podemos deixar-nos iludir. A produção de kiwis tem grande margem de crescimento mas não é bom começarmos a produzir em quantidades que ultrapassem as capacidades de escoamento. É preciso saber dar um passo de cada vez, de forma sustentável e moderada”, concluiu.