Falta de divulgação e de condições no Mercado do Carandá são principais obstáculos
Inserido num conjunto de visitas a vários agentes comerciais da região, os “Juntos Por Braga” visitaram a Feira de Produtos Biológicos, que se realiza semanalmente no Mercado Cultural do Carandá.
Ricardo Rio, líder do “Juntos Por Braga”, salientou que esta visita é uma forma de apoiar a divulgação da Feira, uma das necessidades mais sentidas por parte dos comerciantes que procuram escoar os seus produtos. “Os comerciantes desta Feira sentem-se um pouco abandonados e sem grande promoção de uma iniciativa que é extremamente importante e meritória. Este é um sector agrícola que é hoje uma nova aposta de futuro e que merece o carinho de todas a as autoridades públicas e de todos os cidadãos”, enfatizou Rio.
Para o candidato à Presidência da Câmara Municipal de Braga, que durante a visita ouviu com atenção as queixas e aspirações dos comerciantes, é importante que se criem condições de incentivo a esta mesma atividade, para que haja capacidade para os vendedores escoarem os produtos de forma mais regular possível. “Esta Feira decorre no Mercado Cultural do Carandá, mas tal como foi dito por vários comerciantes, era essencial que pontualmente a Feira se realizasse no centro da cidade, o que permitiria atingir um público maior e publicitar o evento de forma mais eficaz”, sublinhou, afirmando de seguida que a Câmara Municipal de Braga não se pode demitir da responsabilidade de apoiar este sector.
“Não é suficiente arranjar um espaço para a realização da Feira e de seguida ignorar por completo as necessidades dos comerciantes. A autarquia tem de se envolver mais neste projeto e ajudar os comerciantes a terem sucesso, caso contrário será complicado esta Feira continuar a existir”, sublinhou.
Elisabete Costa, uma das Comerciante que participa na Feira de Produtos Biológicos em Braga, afirmou que para além dos problemas de divulgação, também o próprio espaço do Mercado Cultural do Carandá tem alguns problemas que afastam os clientes. “Este espaço é pouco atrativo porque está constantemente a ser vandalizado, e muito pouco se tem feito para inverter esta situação. Desta forma, é muito difícil atrair clientes e revitalizar esta zona”, afirmou.
Segundo a comerciante, o espaço é agradável e tem todas as condições para receber a Feira, mas é necessário que a autarquia tente resolver os problema que persistem. “Bastava isso para este ser um ótimo local para a realização da Feira, mas a verdade é que a Câmara Municipal não resolve estes problemas. Isso é demonstrativo da falta de interesse que há pela agricultura e pelos produtos biológicos em Braga”, garantiu, dando os exemplos de Porto e Famalicão como casos de sucesso e onde a autarquia apoiou e investiu nos produtos biológicos.
“Estamos aqui há dois anos e notamos que a Feira não cresceu, pelo contrário, sentimos que há meses onde há menos clientes do que no ano passado. Esta é uma situação que não é normal porque a agricultura biológica está a crescer em todo o lado e em Braga isso não acontece”, lamentou.
Elisabete Costa criticou a atitude castradora da Câmara em relação à divulgação da Feira, não concedendo autorização para que esta se realize “apenas uma vez por mês” no centro da cidade. “A Câmara respondeu-nos que os nossos produtos iam contra o interesse dos outros comerciantes do centro, o que não é minimamente justificável, dado que são produtos biológicos e completamente diferenciados, que levam frescura e qualidade às pessoas. Sentimo-nos abandonados e já tivemos para desistir várias vezes porque é extremamente desmoralizador trabalhar nestas condições”, concluiu, notando que vão continuar a trabalhar mas não sabem até quando esta situação é sustentável.
Por fim, Ricardo Rio reforçou que é fundamental desenvolver políticas de apoio ao sector primário, que permitam incentivar a produção agrícola e facilitar a comercialização dos produtos junto dos clientes.