Integrado num ciclo de contactos com várias instituições do concelho ligadas ao sector primário, ao qual os “Juntos Por Braga” têm dado uma especial atenção neste período, Ricardo Rio visitou o Banco Português de Germoplasma Vegetal, localizado na Quinta de São José, na freguesia de São Pedro de Merelim. Ana Maria Barata, Responsável pelo Banco, acompanhou Rio durante a iniciativa.
Como explicou Ana Maria Barata, cabe ao Banco de Germoplasma a responsabilidade de conservar os recursos genéticos vegetais. “A nossa missão passa por fazer a colheita, conservação, caracterização e documentação de todo o material de recursos genéticos do país. Este é o único Banco de Germoplasma existente em Portugal e tem cerca de 45 mil variedades conservadas de diferentes espécies e origens a nível nacional, incluindo Açores e Madeira - representando mais de 90% do volume de material conservado no País”, afirmou.
Durante a visita, o líder do “Juntos Por Braga” salientou que é de “toda a justiça” considerar o Banco de Germoplasma uma estrutura que, do ponto de vista da sua área de atuação, é um ativo tão estratégico para Braga e para a região como é, numa vertente diferente, o Instituto Ibérico de Nanotecnologia. “Estes Bancos são uma prioridade estratégica para as Nações e para as principais organizações internacionais que trabalham na esfera da agricultura e da alimentação. Cada vez mais se verificam casos de escassez de determinadas espécies ou de dificuldades de sobrevivência de certos produtos agrícolas, o que é bem ilustrativo do valor que se tem de atribuir a projetos desta natureza”, declarou.
Para Ricardo Rio, os responsáveis autárquicos Bracarenses têm a obrigação de encetarem todas as diligências ao seu alcance no sentido de contribuírem, na medida das suas competências, para a sustentabilidade deste projeto e para a sua permanência na cidade. “Temos muito a ganhar com a localização deste Banco em Braga. Estamos na vanguarda do trabalho que é feito em termos da preservação das espécies vegetais”, referiu.
No que se refere à atividade corrente do Banco de Germoplasma, o candidato à Presidência da Câmara de Braga enfatizou que é possível a autarquia aprofundar o relacionamento com esta instituição, à semelhança do que acontece já com outras autarquias do país. “É importante que se estabeleçam outras áreas de cooperação no domínio da sensibilização e do apoio à produção com o próprio Banco. Espero que o próximo executivo autárquico venha a seguir esse caminho, de modo a que também por essa via o concelho possa tirar partido da instalação em Braga do Banco de Germoplasma”, sublinhou.
Mudança de instalações marcou novo ciclo
As colheitas sistemáticas de recursos genéticos em Braga iniciaram-se em 1977, sendo que, nessa época, o Banco de Germoplasma localizava-se na Quinta dos Peões. Em 1996 foram inauguras as atuais instalações, que permitiram um “salto enorme” na qualidade do trabalho desenvolvido. “As condições mudaram completamente. Esta estrutura foi construída de raiz com todas as condições para a conservação de recursos genéticos, com câmaras de frio e In vitro, assim como com laboratórios apetrechados que conseguem dar resposta à sequência de trabalho necessária para a conservação de sementes e matérias de propagação vegetativa”, garantiu a responsável pelo Banco.
O material genético que entra no Banco de Germoplasma passa pelo chamado “itinerário para a conservação”, que consiste em registar, limpar, germinar e pesar as espécies, que são depois enviadas para a conservação ativa ou de longo prazo. Recentemente, o Banco recebeu a responsabilidade de efetuar a conservação das espécies fruteiras em condições de In vitro, tal como a crio-conservação de sémen animal de raças autóctones de gado bovino.
Ana Maria Barata reforçou que é “fundamental” que se consiga manter em boas condições todo o material genético que é colhido e conservado para usufruto das gerações atuais e futuras. “Esta atividade que desenvolvemos é muito importante para o futuro da agricultura e da própria alimentação, componentes às quais se junta a vertente económica. São vários os agricultores e até investigadores que nos requisitam amostras de material genético”, afirmou, salientando de seguida que a sua principal preocupação é a de que “não se destrua” todo este trabalho: “É essencial sensibilizar as pessoas para a extrema importância do Banco de Germoplasma, que deve continuar a ser apoiado e acarinhado”.