Câmara Municipal de Braga nunca pode estar contra a Igreja
Num esforço no sentido de promover o diálogo, o estreitamento dos laços e uma lógica de colaboração entre aquelas que os “Juntos Por Braga” consideram que são duas das instituições mais relevantes e decisivas no contexto da comunidade Bracarense - a Arquidiocese e a Câmara Municipal -, Ricardo Rio reuniu com o Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga.
Durante a reunião, Ricardo Rio salientou essa mesma necessidade de uma relação e de uma colaboração mais próxima com a Arquidiocese como forma de dar resposta às necessidades da população. “Braga tem tudo ganhar se a autarquia se empenhar em desenvolver iniciativas e projetos conjuntos com a Arquidiocese, uma instituição incontornável na cidade. A Câmara nunca pode estar contra a Igreja - tal como nunca pode estar contra a Universidade ou contra as associações empresariais -, porque só numa lógica de subsidiariedade e de parceria é que podemos desenvolver projetos que sirvam o bem comum”, salientou Rio.
Também D. Jorge Ortiga se mostrou agradado com esta possibilidade de manter um diálogo aberto e livre com os “Juntos Por Braga”. “É sempre um prazer encontrar-me com pessoas que procuram interessar-se, preocupar-se e empenhar-se com o bem comum. Não tenho qualquer receio de me encontrar com as diversas entidades partidárias, pois só através do diálogo é que seremos capazes de encontrar os melhores caminhos para nós e para o povo”, transmitiu, considerando um “dever” esta atitude de partilha, colaboração e presença na vida social
“Esta é uma postura que prezo muito e que estimo, de diálogo e nunca de imposição, nunca de alguém que se sente senhor da verdade, mas que tem a alegria de poder partilhar as suas inquietações, os seus sonhos e projetos. Isto é, o que de melhor gostaria de ver implementado na nossa cidade”, assegurou o Arcebispo Primaz, que se mostrou totalmente disponível para ouvir e dar sugestões relativamente aos assuntos que possam interessar aos Bracarenses.
Turismo religioso e valorização do património são apostas essenciais
O líder do “Juntos Por Braga” aproveitou o encontro para reafirmar a urgência de implementação de uma outra dinâmica do ponto de vista da aposta turística e em particular da promoção do turismo religioso, que pode tornar-se um “fantástico cartão-de-visita” da cidade no exterior. “Braga tem um património religiosos inestimável, que não tem sido devidamente utilizado e do qual a cidade não retira grandes benefícios em termos de capacidade de promoção e atratividade do turismo religioso e patrimonial internacional”, criticou, enfatizando que essa aposta no turismo religioso pode ser determinante para o impulso económico de Braga e, consequentemente, para a criação de postos de trabalho, combatendo aquele que é um dos grandes flagelos do concelho, o desemprego.
Ainda nesse âmbito, Rio destacou o potencial da esfera artesanal que em Braga tem uma “vasta tradição”: “O domínio da arte sacra pode também ser valorizado e gerar aqui uma nova dinâmica económica em torno desta arte e ofício”.
A nível social, Ricardo Rio destacou a necessidade de se reforçar as respostas que já hoje estão a ser desenvolvidas no terreno por parte das várias instituições ligadas à Igreja. “No atual contexto de grandes dificuldades sociais e económicas, é premente fortalecer as competências dessas instituições ligadas à Igreja, que têm efetuado um trabalho fantástico para mitigar as carências de muitas pessoas”, expôs, salientando que cabe ao executivo municipal a responsabilidade de apoiar estes projetos no contexto da rede social do concelho.
Nesse mesmo sentido, D. Jorge Ortiga mostrou-se muito preocupado tanto com o desemprego como com o aumento dos casos de carência em Braga, destacando que este é o momento de fazer convergir intenções e vontades para que as pessoas possam viver melhor. “A Igreja tem feito o seu trabalho na área social, mas pode e quer fazer muito mais. Assim, vamos continuar, com o objetivo de criar condições de vida mais dignas para todos e não apenas para alguns”, afirmou o Arcebispo, que apelidou a igreja de “advogado” dos mais pobres e necessitados.
Por fim, também no domínio cultural Ricardo Rio considerou que as várias instituições que contendem com a Diocese, e neste caso concreto a própria Universidade Católica, podem ajudar a criar uma outra dinâmica na cidade. “É essencial dar continuidade à organização de ventos que em ligação à Igreja, ao património, à música e ao conhecimento venham reforçar a dinâmica cultural de Braga”.
A reunião encerrou com o líder do “Juntos Por Braga” a oferecer uma lembrança a D. Jorge Ortiga por ocasião do seu aniversário.