A Juventude Social-democrata e a Juventude Popular, sob a égide do “Juntos Por Braga”, realizaram uma Conferência subordinada ao tema “Oportunidades de desenvolvimento turístico para Braga”.
O debate realizou-se no auditório do Hotel S. Vicente - que encheu por completo - e teve como oradores Ricardo Rio, líder do “Juntos Por Braga”, Luís Ferreira, Especialista em Planeamento Estratégico em Turismo, Carmen Prado, ex- Secretária General para o Turismo da Xunta de Galicia, e Agostinho Peixoto, Presidente da Associação de Profissionais de Turismo de Portugal.
Durante a sua intervenção, Ricardo Rio garantiu que, neste ciclo de conferências que os “Juntos Por Braga” têm vindo a organizar, viu confirmada a sua perceção de que Braga necessita de uma revolução em matéria de turismo. “Precisamos, acima de tudo, de uma verdadeira revolução na estratégia turística, que é praticamente inexistente. É fundamental termos a noção de que, enquanto mais-valia económica, o turismo é um fator essencial para o futuro de Braga”, afirmou.
O líder do “Juntos Por Braga” lembrou que, na atual conjuntura económica, com a crescente dificuldade de criação de novos atrativos em termos de emprego e de fixação de recursos, o turismo tem todas as condições para ser uma grande mais-valia e até a principal solução em termos de desenvolvimento económico da nossa cidade. “Mas para que isso aconteça é preciso começar pelo princípio, o que implica dar condições de atratibilidade turística à cidade. Isso só acontece dando boas condições de qualidade de vida aos habitantes da cidade”, lembrou Rio, recordando que primeiro é crucial dar uma melhor Braga aos Bracarenses, para que aqueles que nos visitam sintam essa melhor cidade e a desejem visitar.
O candidato à Presidência da Câmara de Braga afirmou que é preciso que a autarquia aposte em diversas áreas, como a qualificação ambiental, a dinamização cultural, a valorização e fruição do património ou a mobilidade e acessibilidade ao centro em termos de transporte. “O turismo é algo que é transversal a todas a políticas municipais. Braga tem de saber olhar para os seus recursos endógenos e temos múltiplos atrativos que dão um imenso valor turístico a Braga - a qualidade da gastronomia, o valor do nosso património monumental e da nossa história, a interação entre o mundo rural e o mundo urbano e toda a componente ligada ao turismo religioso ou até ao turismo de negócio de que agora tanto se fala”.
Ricardo Rio enfatizou que é fundamental também que a cidade tenha uma estratégia que permita desenvolver atividades de animação, e nesse sentido lembrou um conjunto de eventos que são já fonte de atração turística. “A Semana Santa, o S. João ou a Rampa da Falperra são ótimos exemplos. Mas é preciso que, em conjunto com estas iniciativas pontuais, exista uma animação e atividade constante que seja capaz de atrair turistas ao centro da cidade”, realçou.
Por fim, o autarca do “Juntos Por Braga” referiu a questão da promoção como fator crucial para o sucesso. “A Câmara Municipal tem tido uma atitude demissionária e incompetente na promoção turística no exterior. Os agentes políticos têm de ser os agentes facilitadores dessa mesma promoção e, dessa forma, agregar os agentes para promover as capacidades turísticas da cidade. Isso não está a acontecer atualmente”, criticou, terminando com um sinal de esperança para o futuro: “Isto só se resolve passando da inquietação à indignação, e da indignação à ação. Todos os que estão aqui presentes, e muitos outros Bracarenses que não se revêm nas políticas deste executivo, são os agentes de mudança que vão permitir alterar esta situação”.
Ligação à Galiza é fundamental
Carmen Prado, ex- Secretária General para o Turismo da Xunta de Galicia, falou da necessidade de colaboração entre Portugal, e em especial o Norte do país, e a Galiza, assim como das diversas áreas em que é possível concretizar essa parceria. “A cooperação e a valorização das nossas vantagens comuns e a procura de soluções criativas e inovadoras é o caminho para melhorar a conjuntura atual. O esforço partilhado sempre é mais fácil de suportar”, afirmou, salientado que Braga terá fieis aliados turísticos do outro lado da fronteira.
Por seu turno, Luís Ferreira, Especialista em Planeamento Estratégico em Turismo, falou da importância da concretização dos planos estratégicos. “O plano estratégico é para ser implementado e não para ficar bem na prateleira do Gabinete do Presidente da Câmara. É importante ser consequente, e isso passo por perceber o impacto do turismo no destino”; afirmou, garantindo que, para que isso aconteça, é importante ter-se consciência das transformações, dinâmicas, prosperidade, iniciativas e impactos do turismo na comunidade local.
Por fim, Agostinho Peixoto, Presidente da Associação de Profissionais de Turismo de Portugal, enfatizou a importância de se perceber o turismo de uma forma transversal. “Tudo é turismo, e é muito importante que este seja um conceito que esteja bem presente para os nossos políticos, Precisamos de uma cidade limpa e seguro, transitável, organizada, etc. Tudo isto é turismo e tudo isto conta”, realçou.