Maior distanciamento entre direção e alunos pode prejudicar trabalho conjunto
Dando seguimento a um ciclo de contatos com agentes que atuam na área educativa - que tem como principal objetivo auscultar os vários intervenientes e perceber a realidade que se vive no terreno -, Ricardo Rio visitou a Escola Secundária de Maximinos, sede do primeiro Mega-Agrupamento de Escolas em Braga, após a fusão com o Agrupamento Vertical de Escolas Oeste da Colina, em 2010. António Pereira, diretor do Mega-Agrupamento, acompanhou Ricardo Rio durante esta iniciativa.
A visita permitiu ao líder do “Juntos Por Braga” perceber de que forma está a funcionar o modelo do Mega-Agrupamento de Maximinos. De acordo com António Pereira, não obstante os obstáculos estarem perfeitamente identificados, a adaptação está a ser “exigente”. “Em termos de coordenação, temos vivido situações complexas. O maior distanciamento da direção relativamente aos alunos e professores condicionou um pouco a eficácia e o alcance do nosso trabalho”, afirmou.
O diretor enfatizou que, apesar das aulas continuarem a decorrer de forma “perfeitamente tranquila e dentro da normalidade”, torna-se mais complicado conseguir resolver os problemas quotidianos dos alunos. “Esta centralização fez com que aumentasse a quantidade de trabalho, exigindo um especial empenho de todos os docentes e responsáveis do agrupamento”, alertou.
António Pereira garantiu ainda que, para conseguirem contrapor as dificuldades criadas por este modelo, os responsáveis do agrupamento têm procurado fomentar espaços “informais de consulta e diálogo” com os representantes de pais e com toda a comunidade educativa.
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Câmara Municipal assume postura eleitoralista e oportunista
Sobre este tema, Ricardo Rio reforçou as preocupações que tem vindo a exprimir desde o início do processo. “Como sempre alertamos, este é um modelo que permite uma efetiva e importante poupança financeira, mas a verdade é que, em termos de gestão escolar, pode significar um retrocesso relativamente ao anterior modelo”, apontou.
Para o líder do “Juntos Por Braga”, o caso do Mega-agrupamento de Maximinos tornou bem evidente a dualidade de critérios que tem pautado a atuação da Câmara Municipal nesta questão. “Os Mega-agrupamentos não são uma iniciativa deste governo, mas sim um processo que já se iniciou com o governo socialista de José Sócrates. Nessa altura, o executivo autárquico, que agora se tem mostrado tão crítico, votou favoravelmente, na Assembleia Municipal, a criação do Mega-agrupamento de Maximinos”, recordou Rio, que lamentou esta “súbita” e “estranha” inversão na política educativa da Câmara Municipal.
“Esta é a prova inequívoca de que o executivo socialista apenas sabe trabalhar numa lógica eleitoralista e oportunista, sem mostrar qualquer respeito ou preocupação por professores, alunos ou pais. Essa não é, nem de perto nem de longe, a nossa forma de atuação”, disse.
Segundo Ricardo Rio, esta postura da Câmara Municipal torna-se ainda mais preocupante devido às responsabilidades acrescidas da autarquia no plano da articulação e aproximação entre as próprias escolas e a comunidade local. “Com os Mega-agrupamentos, a Câmara tem a obrigação de atuar de forma interventiva no sentido de garantir o correto funcionamento das instituições escolares. Mas o que temos visto é uma completa demissão dessa responsabilidade por parte de um executivo que está mais preocupado em criar um clima de instabilidade e em fazer guerra a uma medida que o próprio apoiou a implementar”, criticou Rio.
"Êxito contra as adversidades"
O diretor da Escola Secundário de Maximinos fez questão de frisar que, apesar das adversidades, os alunos do agrupamento continuam a obter resultados escolares “fantásticos”, o que prova que o trabalho “árduo” de todos os envolvidos está a ter resultados.
“Esta é uma verdadeira escola de campeões. Podemo-nos orgulhar de ter obtido os melhores resultados a nível nacional, quando enquadrados no contexto económico e social.
Ricardo Rio aproveitou para felicitar a escola pelos êxitos educativos conquistados, e destacou o trabalho “excecional” no apoio que o agrupamento presta aos alunos com necessidades especiais, assim como a “aposta forte” no desporto escolar e adaptado, que tem dado “excelentes” resultados.
Durante a visita, António Pereira notou que o facto da Escola Secundária de Maximinos ter ficado de fora do plano de requalificação a torna ligeiramente menos atrativa para os jovens. “Esta é uma escola periférica e que, ao não ter sido remodelada, se tornou um pouco menos atrativa para os alunos”, lamentou, recordando que a única forma de responder a esta situação é através da aposta na qualidade do ensino, o que tem vindo a ser concretizado.
A terminar, o diretor salientou também a necessidade de uma estratégia consertada a nível local para se ajustar a oferta educativa às reais necessidades do tecido empresarial e do mercado de trabalho. “As escolas ainda se gerem muito de dentro para fora, articulando a oferta educativa em gestão dos seus próprios recursos. Isso leva a que se criem cursos desajustados das necessidades das empresas”, criticou.
Braga, 20 de Fevereiro de 2013
Gabinete de Comunicação do “Juntos Por Braga”